O processo de luto vem sendo estudado há anos por grandes pesquisadores que entenderam a importância de se conhecer um dos momentos mais desorganizadores da vida humana. Grande parte deles concorda que esse é um processo dinâmico, com ampla variedade de reações e que traz consigo desafios da adaptação diante da perda.
Nos últimos anos observamos um aumento no número de pesquisas propondo modelos e entendimentos a cerca do tema, além de uma maior oferta de serviços a fim de amparar a população em geral.
Entretanto, desde março deste ano, quando começamos a viver um novo tempo, antigos modelos precisaram ser revistos. Desde instrumentos de comunicação, passando por novos protocolos, chegando até a revisão de diagnósticos. O que antes poderia ser entendido como luto prolongado, por exemplo, possivelmente será revisto e compreendido como reações naturais e compreensivas diante do novo contexto mundial.
Em tempos de COVID percebemos que muitos processos estão dificultados e até potencializados. Se antes podíamos estar ao lado de nossos doentes até o fim, hoje já não podemos. Se antes havia rituais prontos a serem seguidos, hoje já não há mais. Tudo isso pode transformar o entendimento diante da morte gerando novas reações diante das perdas.
Difícil? Claro! E muito! Mas há algo que permanece no trabalho com o luto: o exercício do respeito. Respeito à subjetividade e ao significado que cada um dá à experiência que vive. Sempre houve modelos que serviam como base para entendermos o processo de luto, mas, acima de tudo, sempre houve a certeza de que não há padrões. Não há certo ou errado. Há de haver sempre uma escuta compassiva para conhecermos o outro, a sua dor e o seu mundo, um novo mundo.
Diante de quase 3000 mortes em Minas, 90 mil vidas perdidas em todos o Brasil, sabendo ainda que cada morte afeta em média 10 pessoas, o GAL mantém sua proposta de amparo e auxílio na vivência respeitosa desses lutos...
Hoje, mais do que nunca, precisaremos de abertura, ausência de preconceitos, um preparo para o novo. Não dá para categorizar ou patologizar tudo. E justamente através dessa abertura que a luz pode entrar. A luz que nos dará uma melhor visão diante da nossa humanidade, das nossas perdas, da vida e da morte.
As Inscrições para o próximo GAL já podem ser feitas pelo telefone (31) 3247 1616.
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